22 de nov. de 2008

revoltante

Não precisa ir até o meio do comercial acima para sentir-se mal. O mal-estar é relacionado a assistir algo com fim tão próximo (quase 10min), e que, por uma pena, não é um trailer de um filme que logo entrará nas telas de cinema.

O comercial produzido por Wong Kar-Wai para a Philips é um convite para o deleite diante de cores, luzes e escuro. Além disso, a precisão e característica da autoria de Kar-Wai se confirmam a cada filme, a cada comercial que ele e sua equipe de fotografia e produção (altamente competente) produzem.

Não há como desvincular 2046 do comercial, mas também é difícil não buscar uma relação com grande parte dos filmes dirigidos por Kar-Wai, salvo outros comerciais que podemos considerar como universais (vide abaixo), pela não-identificação de um cineasta em particular.

O próximo filme será um clássico dos anos 30, A dama de Xangai (The lady from Shanghai). Já dá para tentar vislumbrar o material que ele terá para trabalhar em cima. No site da IMDB, informa que o filme está em período de pré-produção, com previsão para ser gravado no inverno de 2009 e lançado em 2010.

Esperaremos ansiosamente !




(Abaixo outro produzido por Kar-Wai para Dior, com a atriz Eva Green)


(e seu making)

9 de nov. de 2008



let's design something "à l'antique"?!

at: flickr of wandaaaa
Alertas poéticos

Ainda não tive a oportunidade de estar ir ao Japão ainda, mas mas tenho a impressão, ainda mais ouvindo os (diferentes e) "simples" sinais para embarque de trens (via blog MUITO JAPÃO), de que cada passo que você dá lá é de alguma forma uma experiência. Tudo tem que ser (ou apenas é, de um jeito natural dos japoneses) parte de uma experiência sensorial.
Viver poesia constantemente, eu diria.

Ouça os sinais de alerta da partida do trem no vídeo abaixo.

6 de nov. de 2008






Chloe Sevigny !


- Este foi o primeiro nome que me veio à cabeça ao ver a imagem daquela atriz de traços instigantes [um rosto e olhos de gatos] que desafiavam qualquer um a se perguntar o que havia atrás daquela expressão atraente e sedutora, que não apaziguava, não trazia harmonia a quem a observava [meu ponto de vista].

Mas não se tratava da contemporânea Chloe Sevigny, ex-atriz que se promoveu como nome-marca-negócio-próprios através de uma extensa linha de roupas, acessórios, jóias e perfume. Diferente da personalidade indie, a atriz que me surpreendeu foi Marlene Dietrich, por sua atuação em Blonde Venus [filme de Josef von Sternberg, de 1932]. Uma femme fatale mais subjetiva, que não se insinua de forma tão maçante, se compararmos à Rita Hayworth em The lady from Shanghai (de Orson Welles, 1947), outra referência para os padrões vamps.

A sagacidade de Dietrich [e claro, do diretor que a dirigiu] está em dirigir olhares insistentes, mas que não imploram demasiadamente a atenção junto com diálogos, súplicas que a meu ver sobram para a Dama de Shanghai. Claro que entre os dois filmes há um intervalo de uma década a considerar, mas mesmo assim, Vênus me surpreendeu mais que a Dama durante a maior parte da trama.

Os personagens secundários, filho e pai/marido "da Vênus", dão o tom que precisam dar, sem cansar tanto o espectador com uma grande quantidade de personagens secundários, terciários e desnecessários presentes em A Dama, mesmo este sendo um dos pioneiros a retratar a mulher como retratou - de modo fetichista - , e inovador pelas características de filmagem, enquadramento, dentre outros.

A decepção de vertente feminista com o desenrolar da história, por um lado, atua de forma eficaz sobre as espectadoras do filme - com base em experiência própria e observação de mais quatro outras espectadoras que também assistiam ao filme. E, assim, resta mais uma questão instigante do filme para "aceitar" juntamente com aquele olhar instigante.




nas imagens acima: a atual "sósia" - que trabalha com sua própria imagem para promoção de seus produtos, só que, fora das telas




acima a verdadeira Dietrich