6 de nov. de 2008






Chloe Sevigny !


- Este foi o primeiro nome que me veio à cabeça ao ver a imagem daquela atriz de traços instigantes [um rosto e olhos de gatos] que desafiavam qualquer um a se perguntar o que havia atrás daquela expressão atraente e sedutora, que não apaziguava, não trazia harmonia a quem a observava [meu ponto de vista].

Mas não se tratava da contemporânea Chloe Sevigny, ex-atriz que se promoveu como nome-marca-negócio-próprios através de uma extensa linha de roupas, acessórios, jóias e perfume. Diferente da personalidade indie, a atriz que me surpreendeu foi Marlene Dietrich, por sua atuação em Blonde Venus [filme de Josef von Sternberg, de 1932]. Uma femme fatale mais subjetiva, que não se insinua de forma tão maçante, se compararmos à Rita Hayworth em The lady from Shanghai (de Orson Welles, 1947), outra referência para os padrões vamps.

A sagacidade de Dietrich [e claro, do diretor que a dirigiu] está em dirigir olhares insistentes, mas que não imploram demasiadamente a atenção junto com diálogos, súplicas que a meu ver sobram para a Dama de Shanghai. Claro que entre os dois filmes há um intervalo de uma década a considerar, mas mesmo assim, Vênus me surpreendeu mais que a Dama durante a maior parte da trama.

Os personagens secundários, filho e pai/marido "da Vênus", dão o tom que precisam dar, sem cansar tanto o espectador com uma grande quantidade de personagens secundários, terciários e desnecessários presentes em A Dama, mesmo este sendo um dos pioneiros a retratar a mulher como retratou - de modo fetichista - , e inovador pelas características de filmagem, enquadramento, dentre outros.

A decepção de vertente feminista com o desenrolar da história, por um lado, atua de forma eficaz sobre as espectadoras do filme - com base em experiência própria e observação de mais quatro outras espectadoras que também assistiam ao filme. E, assim, resta mais uma questão instigante do filme para "aceitar" juntamente com aquele olhar instigante.




nas imagens acima: a atual "sósia" - que trabalha com sua própria imagem para promoção de seus produtos, só que, fora das telas




acima a verdadeira Dietrich

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